sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Vamos imaginar que sim

Sim. Imaginemos que de facto atingimos o Pico Petrolífero está ultrapassado ou em vias disso. Vamos supor que as elites deste mundo têm plena consciência disso. Como reagiriam? Será que adoptavam políticas que implicassem que eles próprios perderiam grande parte da sua riqueza? Ou antes, será que adoptavam políticas que implicassem que eles próprios perderiam da enorme vantagem concorrencial em relação aos restantes cidadãos? Sabemos que a resposta a ambas as perguntas é não. E isso vê-se em Portugal, em que os governos quando têm que fazer a sociedade pagar os desvarios das elites, em vez de cortar na gordura, ou seja, em vez de ir buscar a riqueza onde ela está, com excepção de um curto período do pós 25 de Abril, cortam sempre nos mais débeis. Isto não tem necessariamente que ser assim. Não é uma Lei da Natureza. É uma lei dos homens que enquanto povo, temos deixado que nos dirijam.
Mas adiante. Imaginemos então que sim, que o petróleo estava a acabar. Imaginemos que as elites não queriam perder o seu status, o seu nível de vida comparado em relação aos seus semelhantes, que não queriam perder os gadgets que a tecnologia vai mandando cá para fora. Como sabiam que isto não ia chegar para todos, tinham que começar a fazer qualquer coisa. Façamos um esforço e vamos imaginar que somos eles...

Problema: o petróleo está a acabar.
Que dispomos? Um planeta, com os seus recursos (que está fora de questão que deixem de ser nossos) e um monte de escravos ao nosso dispor, temos o controlo da economia.
Qual o objectivo? Temos que fazer com que os escravos sejam comprimidos, temos que fazer com que consumam menos.
Fazemos uma guerra em larga escala? Isso possibilitaria matar tantos escravos quantos entendêssemos mas têm um inconveniente: desata uma escalada tecnológica e isso ainda consome mais recursos, Além disso, ainda podemos resultar mortos. Portanto, uma guerra em larga escala está posta de parte.
Sabemos que a rica experiência adquirida no Chile de Pinochet e várias vezes replicada na América Latina e em vários países do sudoeste asiático pode tornar difícil o controlo dos escravos (recordemos o que se está a passar na América Latina na actualidade, em que depois de décadas, os escravos se tem vindo a revelar menos controláveis).
Verificámos com a Rússia de Yeltsin, e com a África do Sul pós-apartheid que é possível obter os mesmos resultados sem que isso implique na aplicação da exagerada violência e dessa forma conseguir manter os escravos relativamente calmos.
Na Inglaterra de Thatcher e nos EUA de Reagan, aprendemos que mesmo em países mais desenvolvidos, é possível comprimir a larga maioria da população, sem que isso implique a perda do controlo.
Posto isto, a solução parece evidente.
Recordemos então o procedimento.
1ªfase: reduzir os salários e simultâneamente fornecer crédito fácil e barato, incentivando as pessoas a gastar, a manter o seu nível de vida
2ªfase (pode decorrer em simultâneo com a anterior): reduzir os impostos à parte de cima da sociedade e dar crédito fácil e barato a todos os níveis dos estados de forma que os que são eleitos por via eleitoral consigam apresentar trabalho sem que para isso tenham que cobrar no imediato aos eleitores.
3ªfase: depois de as duas fazes anteriores terem elevado os níveis de endividamento dos estados e dos escravos, cortar o acesso ao crédito e exigir o respectivo pagamento, acompanhando com uma campanha moralista  e de culpabilização dos excessos cometidos pelos pelos escravos
4ªfase: dar ainda mais crédito aos estados, mas obrigando a reduções drásticas na protecção social, nos salários, nos direitos laborais, obrigando gradualmente a privatizar cada vez mais partes dos estados, e intensificar a campanha moralista em que por um lado se mostra como inevitável o aumento da pobreza generalizada, e por outro se apresenta como lamentável que pessoas comecem a morrer por falta de meios de subsistência tendo sempre o cuidado de apresentar medidas caritativas minimizando assim a revolta.

Seguindo com a divagação, a Grécia seria somente o laboratório onde se ensaiavam os procedimentos que seguidamente seriam aplicados por todo o mundo. E assim sendo, nós ficaríamos calmamente a assistir?

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

3º debate: Protecção social no desemprego

Dando continuidade ao ciclo “Desemprego: fatalidade ou resistência”, o próximo debate incidirá sobre o tema da protecção social. Convidámos a socióloga Cátia Vale para partilhar connosco algumas das conclusões da sua dissertação de mestrado, onde abordou a reconfiguração das políticas de protecção social no desemprego verificada na última década, em Portugal. Dia 23 de Fevereiro, quinta-feira, pelas 18h30, na Rua da Silva, nº 39 (sede dos Precários Inflexíveis).

Ciclo de debates “Desemprego: fatalidade ou resitência”.


Com nível de desemprego superior a 13,5% e perante um programa de austeridade e de flexibilização das relações laborais que tem sido aplicado ao longo dos últimos anos, são colocadas mais e mais dificuldades às pessoas desempregadas. Defendendo que a criação de emprego só é possível após a retoma económica, esvaziando as medidas de protecção social e associando-as a mecanismos de carácter compulsivo, estas políticas colocam muito poucas alternativas a quem está desempregado: o regresso forçado a um mercado de trabalho cada vez mais precário e mal remunerado; a dependência de uma sociedade de previdência em risco de ruptura; ou a emigração.


É urgente a mobilização de quem está desempregado no desenvolvimento e pressão sobre a criação de alternativas. Com este ciclo de iniciativas, a realizar-se quinzenalmente, pretende-se criar um espaço de discussão sobre a realidade do desemprego: os impactos sociais do desemprego; a visibilização e a partilha de experiências por quem está em situação de desemprego; as políticas que têm contribuido para alimentar o desemprego em massa; a contextualização histórica dessa evolução e os resultados anteriores desses tipos de medidas; o avanço civilizacional que representou o consenso em torno do pleno emprego; os impactos sociais do desemprego. Pretende-se quebrar o isolamento e construir solidariedades, partindo de quem vive a experiência do desemprego.

ETTs - SKA-P (via M12M)

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Dois países europeus

Um do sul...
... outro do centro imperial.

Num deles, o presidente compra acções de um banco abaixo do preço de mercado e passado algum tempo consegue vende-las acima do preço de mercado, banco este cujo principal responsável se encontra na cadeia e casualmente foi ministro do presidente, banco este que devido à gestão danosa recebe um salvamento de cerca de 5% do PIB...
... no outro, o presidente vai passar férias numa ilha do Mar do Norte pagas por um empresário que resulta numa aprovação de um empréstimo em condições duvidosas.

Num deles, o presidente dedica-se a convencer os seus eleitores a pagarem as dívidas contraídas pelos seus governantes em vez de exigir responsabilidade a esses mesmos governantes por não terem cobrado impostos a tempo à classe que tem progressivamente vindo a pagar menos impostos com a desculpa de que assim criariam mais empregos, e que o tempo veio confirmar que em vez de se criar empregos, acabou por se destruir postos de trabalho...
... no outro, o presidente demite-se.

Um deles é Portugal...
... o outro é a Alemanha.

A diferença é que as pessoas que estão a ler (e a escrever) este texto aceitam passivamente e sem nada fazer para mudar a situação e acham normal ter como presidente um cobarde que foge a uma manifestação de estudantes e se recusa a comentar o facto.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Subida do desemprego enfraquece a sociedade

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publicou mais um Boletim das Estatísticas do Emprego este referente ao 4º trimestre de 2011. Em 50 páginas são tratados estatisticamente os números e as taxas do emprego e do desemprego. A divulgação destes dados é importante e consegue no dia da sua publicação trazer para a comunicação social a realidade que traduz e pelo menos durante um dia todos nos indignamos com o facto da população desempregada ser de 706 milhares de indivíduos o que faz 11,8% da população activa, uma escandalosa taxa de 14,0%.

Os dados no final de 2011 são brutais: 366 mil homens sem trabalho, 340 mil mulheres sem trabalho, 73 mil e 800 pessoas procuram um primeiro emprego, nunca tiveram um trabalho e apenas conhecem a realidade do desemprego, 374 mil e 900 pessoas que estão à 12 e mais meses sem trabalho e vivem a amargura do desemprego de longa duração.

A realidade que os números não mostram é que na vida real para além dos dados estão pessoas que não cumprem os critérios necessários para ser contados mas que vivem também a realidade do desemprego. São milhares de pessoas, cujos nomes não cabem em apenas 50 páginas mas a sua dignidade exige que alguém as nomeie. Os desempregados e as desempregadas têm de ser visíveis para além das estatísticas. Os desempregados e as desempregadas não são números, são pessoas. Pessoas que fazem partem da sociedade, da economia, do país.

O desemprego é visto como um problema mas raramente se recorre aos desempregados para solucionar este problema. Ninguém conhece melhor a realidade do desemprego do que quem sobrevive diariamente sem trabalho. Os sindicatos perdem dinheiro quando os trabalhadores perdem o trabalho mas acima de tudo perdem força e massa crítica por não serem capazes de integrar os desempregados e os trabalhadores precários, na defesa do trabalho e dos trabalhadores.

As instituições do Estado nomeadamente a Segurança Social e os Centros de Emprego, cumprindo as ordens do governo e da troika, não oferecem soluções práticas para resolver o desemprego mas tratam os desempregados como criminosos sujeitos a medidas de coação exigindo a sua apresentação periódica. São exigidas provas de procura de emprego, emprego que não existe pois nem os próprios técnicos destas instituições encontram propostas de emprego para as pessoas desempregadas que os procuram.

A crise e as políticas de austeridade vão destruindo o emprego e a economia pelo que cada vez mais pessoas vão ficar sem emprego e durante mais tempo. As soluções de caridade vão mascarar alguns problemas associados ao desemprego mas não vão criar emprego nem evitar que o estigma e a solidão vão corroendo o carácter das pessoas. O desemprego vai lentamente destruindo competências, energia e saúde e assim enfraquece a sociedade e o país.

O direito ao Trabalho está consagrado no artigo 58ª da Constituição mas só quem perde o trabalho sente que perde um direito. O direito ao trabalho precisa de ser defendido como defendemos o direito de Liberdade de expressão e informação ou qualquer outro direito. Precisamos de novas políticas e precisamos de juntar os desempregados e as desempregadas para a construção de soluções comuns em defesa dos seus interesses e dos seus direitos porque também são os nossos interesses e dos nossos direitos.

Crónica de uma ida ao Centro de Emprego


Hoje estive no Centro de Emprego da minha zona de residência. Tinha sido notificado, e se não aparecesse na hora marcada, perderia o Subsídio de Desemprego que tanto me custou pagar durante os anos em que trabalhei. Tratou-se de uma palestra em que a diligente funcionária recordou que para continuar a receber o Subsídio de Desemprego, para continuar a receber o Subsídio de Reinserção ou no caso de não receber nenhum destes, o cidadão para continuar a contar para a estatística dos desempregados teria que aparecer sempre que para isso fosse notificado.

Para um crente no sacrossanto Mercado, esta lógica de mark to market faz todo o sentido, pois quem gere o sistema pretende demonstrar sem sombra de dúvidas que está a fazer um bom trabalho e para isso define a métrica que mais lhe convém, independentemente da realidade. Como aqueles que gerem o sistema são pessoas acima de qualquer suspeita e não uns sociopatas, como muitos dizem, e assim querem de facto melhorar a vida dos seus concidadãos, assumirão que o sacrossanto Mercado tem obviamente a capacidade de ver para além das inconsistências entre a realidade e os números publicitados e por isso providenciará os meios necessários à população e terão certamente razão pois afinal essas pessoas que ficam de fora das estatísticas ainda não morreram. Bem aventurado seja o sacrossanto Mercado.

Seguidamente, a diligente funcionária do Centro de Emprego informou que felizmente o sistema agora era muito mais ágil e por isso, todas as ofertas de trabalho que apareciam eram imediatamente preenchidas, de tal forma que se abria uma oferta em duas horas esta fechava porque apareciam logo dez candidaturas. Santificado seja o Mercado!

A palestra demorou uns 10 majestosos minutos. Nem podia ser de outra forma, aleluia sacrossanto Mercado!

Já estava na rua quando me apercebi que não tinha como comprovar a minha presença no Centro de Emprego, e por isso, se alguém se enganasse no processamento da informação no Centro de Emprego, poderia perdê-lo. Voltei e pedi um comprovativo da minha presença. Para conseguir o documento tive que falar com seis pessoas, que me perguntaram para que queria eu o documento ao que eu sempre expliquei que não tinha forma de comprovar que tinha correspondido à notificação. Responderam que isso ia ser registado no sistema e que não tinha que me preocupar com isso. Insisti e explicando que não estava a duvidar do trabalho daqueles com quem estava a falar mas que entendessem que tinha filhos e responsabilidades. Lá me deram o documento (propositadamente desfocado).

O que me parece insólito é que mais ninguém (eram umas vinte pessoas) tenha pedido o comprovativo e pela reacção dos funcionários, não estariam habituados a semelhante pedido. Parece ser que tanto os funcionários do Centro de Emprego como os cidadãos que a ele se acercam vivem em paz e inocentes daquilo que é a missão de um sacerdote do sacrossanto Mercado, que é reduzir ao máximo as prestações sociais para que assim sejam libertadas todas as forças sagradas que salvarão o País e quem nele ainda viva.

Penso que mais rapidamente se resolvería a maleza que nos possuiu se simplesmente se fechasse os Centros de Emprego e que as estatísticas fossem fornecidas directamente pelas empresas que necessitassem de fiéis. Dessa forma, o mundo seria perfeito, pois não haveriam desempregados, simplesmente a oferta possível, que seria rapidamente satisfeita, como bem sabemos todos, pois afinal, quem necessita de trabalhar, tem sempre a preocupação de procurar e por isso sairia muito mais barato aos contribuintes que ainda conseguem pagar o desnecessário estado. Trata-se simplesmente de deixar o sacrossanto Mercado actuar. Bem aventurado Seja o Mercado!

Para um convertido como eu, fico sempre apreensivo quando oiço algum ímpio dizer, referindo-se aos sacerdotes da santa igreja do Mercado: "Pode ser que um dia se fodam!"

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

3º debate: Protecção social no desemprego

Dando continuidade ao ciclo “Desemprego: fatalidade ou resistência”, o próximo debate incidirá sobre o tema da protecção social. Convidámos a socióloga Cátia Vale para partilhar connosco algumas das conclusões da sua dissertação de mestrado, onde abordou a reconfiguração das políticas de protecção social no desemprego verificada na última década, em Portugal. Dia 23 de Fevereiro, quinta-feira, pelas 18h30, na Rua da Silva, nº 39 (sede dos Precários Inflexíveis).

Ciclo de debates “Desemprego: fatalidade ou resitência”.


Com nível de desemprego superior a 13,5% e perante um programa de austeridade e de flexibilização das relações laborais que tem sido aplicado ao longo dos últimos anos, são colocadas mais e mais dificuldades às pessoas desempregadas. Defendendo que a criação de emprego só é possível após a retoma económica, esvaziando as medidas de protecção social e associando-as a mecanismos de carácter compulsivo, estas políticas colocam muito poucas alternativas a quem está desempregado: o regresso forçado a um mercado de trabalho cada vez mais precário e mal remunerado; a dependência de uma sociedade de previdência em risco de ruptura; ou a emigração.


É urgente a mobilização de quem está desempregado no desenvolvimento e pressão sobre a criação de alternativas. Com este ciclo de iniciativas, a realizar-se quinzenalmente, pretende-se criar um espaço de discussão sobre a realidade do desemprego: os impactos sociais do desemprego; a visibilização e a partilha de experiências por quem está em situação de desemprego; as políticas que têm contribuido para alimentar o desemprego em massa; a contextualização histórica dessa evolução e os resultados anteriores desses tipos de medidas; o avanço civilizacional que representou o consenso em torno do pleno emprego; os impactos sociais do desemprego. Pretende-se quebrar o isolamento e construir solidariedades, partindo de quem vive a experiência do desemprego.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Breve crítica a "O Caminho da Servidão", de Hayek

Todo o livro assenta numa ideia: que sem liberdade económica as restantes liberdades (política e social) não existirão. E a partir desta ideia é desenvolvido todo um sistema que em aparência é consistente.

Acontece que, como sabemos, pode haver liberdade económica (no sentido em que quem tem dinheiro pode comprar o que quiser), mas isso não implica que as liberdades políticas e sociais serão um dado adquirido. Vejamos... Por um lado, casos há em que a liberdade económica (de uma minoria) é conseguida à custa das restantes (Chile ou China) e por outro, como é o caso da nossa actualidade, as liberdades existem só para uma minoria que as pode comprar, ficando a larga maioria da população excluída dessa possibilidade logo à nascença.

Só pode defender o texto quem já nasça bafejado pela riqueza. Os restantes, por ignorância e principalmente por ideologia, que é bombardeada diariamente, aceitam passivamente o discurso de quem é beneficiado na esperança de um dia ter sorte e conseguir lá chegar, pois é dito que para ingressar a esse grupo selecto basta trabalhar arduamente e ser o mais competitivo. Não é dito que quem parte com vantagem, numa situação em que é colocado em competição, terá sempre maior probabilidade de ganhar. E estatisticamente é o que acontece.

Trata-se pois de uma monumental falácia.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Desemprecários: Até Quando?

Pelas avenidas marcha a geração mais qualificada de sempre, que enfrenta vidas precárias, vive o desemprego e é pressionada por um governo que lhe apresenta a emigração como única solução. Pelas avenidas marcham homens e mulheres que são alvo de discriminação por uma sociedade iludida pelo discurso mentiroso do empreendedorismo, tratados/as como velhos/as demais para trabalhar, novos/as demais para se reformar.

Pelas avenidas marcham trabalhadores e trabalhadoras de sectores em reestruturação, de empresas fechadas, que sobrevivem com prestações sociais miseráveis, apesar de anos de descontos para a segurança social. Pelas avenidas marcham homens e mulheres sem emprego, vítimas da humilhação de apresentações quinzenais nos centros de emprego ou juntas de freguesia como se um crime tivessem cometido, sujeitos/as a termo de identidade e residência. Pelas avenidas marcham homens e mulheres invisíveis, mão-de-obra não declarada, que sobrevivem sem recursos nem protecção.

Não temos emprego, somos vítimas do estigma social e das políticas de austeridade. Somos instrumento de chantagem sobre quem tem trabalho, qual exército de reserva, peças prontas a substituir outras peças que provoquem atrito nos sistemas.

Mas a marcha transforma-nos. Rejeitamos ser vítimas, perdemos a vergonha, quebramos o isolamento. No Terreiro do Paço, lado a lado com movimentos sindicais, de precários/as, feministas, de utentes e muitos outros movimentos cívicos, fazemos parte de um exército de resistência. Ganhamos novas energias para lutar e descobrimos na acção colectiva uma força que quebra os estigmas e o isolamento do desemprego.

Somos pessoas desempregadas, candidatos/as à precariedade. Somos trabalhadores/as precários/as, candidatos/as ao desemprego. Enchemos as avenidas em protesto, rumo ao Terreiro do Paço, para dizer não à exploração, às desigualdades e ao empobrecimento. Vamos lutar pelos nossos direitos e pela transformação da sociedade. Vamos usar o nosso conhecimento, a nossa criatividade, a nossa capacidade de trabalho e de organização. Vamos, conjuntamente, ensaiar novas formas de luta pelo trabalho digno.

Dia 1 DE MARÇO, ÀS 19H00
PLENÁRIO DE PESSOAS DESEMPREGADAS
no Centro de Cultura e Intervenção Feminista / UMAR
Rua da Cozinha Económica, Bl D, 30M e N (junto ao cruzam/ da Av. 24 de Julho com R. Cascais; Paragem Alcântara/24 de Julho.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

No Carnaval... ninguém leva a mal...


Cumprindo com as ordens do Coelhinho da Páscoa, nesta 3ªfeira, os portugueses terão a oportunidade mascarar-se e ir trabalhar. Afinal, é Carnaval e ninguém leva a mal.

Animal desprovido de corda dorsal



Para quem não se lembre das aulas de biologia, é deixada aqui parte da chave dicotómica (original aqui).
Apanhado aqui via M12M.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012