quinta-feira, 1 de março de 2012

Luta de classes

Segundo Boaventura de Sousa Santos, Portugal, ao contrário de outros países europeus, não desenvolveu uma burguesia de cariz industrial nem uma burguesia de cariz agrícola com massa critica suficiente e pelo contrário, a burguesia existente limitou-se a ser rentista. Por isso, diz Boaventura, teremos grandes superfícies tão poderosas. Temos lojas muito boas, mas mas nada para lhes colocar dentro. Isso dever-se-á à situação particular portuguesa que até 75 era simultaneamente potência colonial e colónia de outros.

Digo eu então, que se assim é, então o objectivo das burguesias industriais de outros países será obviamente que continuemos nessa situação e por isso compreende-se a exigência que se venda de tudo. Curiosamente, esses outros países, sem excepção, desenvolveram a sua burguesia industrial num ambiente fechado à concorrência externa o que permitiu desenvolverem-se, começar a internacionalizar-se e assim tornarem-se mais competitivos.

Tratar-se-á afinal de uma luta de classes no sentido clássico de Marx. O marxismo parece ser uma boa ferramenta para entender o capitalismo. Outra coisa é o que se faz com ela. Uns podem, por exemplo, usá-la para defender a sua classe e manter as que estão por baixo na mesma situação... ou pelo contrário, usá-la para fazer um mundo mais justo. Essa decisão é a de cada um.

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