sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Desemprecários: Até Quando?

Pelas avenidas marcha a geração mais qualificada de sempre, que enfrenta vidas precárias, vive o desemprego e é pressionada por um governo que lhe apresenta a emigração como única solução. Pelas avenidas marcham homens e mulheres que são alvo de discriminação por uma sociedade iludida pelo discurso mentiroso do empreendedorismo, tratados/as como velhos/as demais para trabalhar, novos/as demais para se reformar.

Pelas avenidas marcham trabalhadores e trabalhadoras de sectores em reestruturação, de empresas fechadas, que sobrevivem com prestações sociais miseráveis, apesar de anos de descontos para a segurança social. Pelas avenidas marcham homens e mulheres sem emprego, vítimas da humilhação de apresentações quinzenais nos centros de emprego ou juntas de freguesia como se um crime tivessem cometido, sujeitos/as a termo de identidade e residência. Pelas avenidas marcham homens e mulheres invisíveis, mão-de-obra não declarada, que sobrevivem sem recursos nem protecção.

Não temos emprego, somos vítimas do estigma social e das políticas de austeridade. Somos instrumento de chantagem sobre quem tem trabalho, qual exército de reserva, peças prontas a substituir outras peças que provoquem atrito nos sistemas.

Mas a marcha transforma-nos. Rejeitamos ser vítimas, perdemos a vergonha, quebramos o isolamento. No Terreiro do Paço, lado a lado com movimentos sindicais, de precários/as, feministas, de utentes e muitos outros movimentos cívicos, fazemos parte de um exército de resistência. Ganhamos novas energias para lutar e descobrimos na acção colectiva uma força que quebra os estigmas e o isolamento do desemprego.

Somos pessoas desempregadas, candidatos/as à precariedade. Somos trabalhadores/as precários/as, candidatos/as ao desemprego. Enchemos as avenidas em protesto, rumo ao Terreiro do Paço, para dizer não à exploração, às desigualdades e ao empobrecimento. Vamos lutar pelos nossos direitos e pela transformação da sociedade. Vamos usar o nosso conhecimento, a nossa criatividade, a nossa capacidade de trabalho e de organização. Vamos, conjuntamente, ensaiar novas formas de luta pelo trabalho digno.

Dia 1 DE MARÇO, ÀS 19H00
PLENÁRIO DE PESSOAS DESEMPREGADAS
no Centro de Cultura e Intervenção Feminista / UMAR
Rua da Cozinha Económica, Bl D, 30M e N (junto ao cruzam/ da Av. 24 de Julho com R. Cascais; Paragem Alcântara/24 de Julho.

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