sábado, 5 de maio de 2012

The Hunger Games - Os Jogos da Fome

No futuro, após uma grande fome, há um país que se divide em 12 distritos. Todos os anos são escolhidos dois jovens de cada distrito para lutar entre si até que só um sobreviva. Isto seria uma forma de recordar a fome que todos tinham passado. À medida que o filme se vai desenvolvendo, percebe-se que estamos perante uma sociedade feudal, em que os habitantes de cada distrito não podem abandonar a terra onde vivem, têm condições de vida miseráveis e têm que trabalhar sempre. Há guardas armados que mantém permanentemente a ordem. Não se identifica qualquer igreja, mas há um grande ecrã de televisão que interpreta a realidade. Quem assiste o filme sente uma repulsa por os protagonistas não se rebelarem contra o sistema em que vivem já que em nenhum momento ele é questionado. Sendo um filme norte-americano, espera-se a todo o momento o desenvolver do clássico happy ending. E ele aparece. Mas não com a esperada queda do sistema. O casal sobrevivente aprende a cumprir com o seu papel para as câmaras de televisão e regressa ao seu distrito.
Numa primeira leitura, o filme parece incentivar a passividade, a aceitação da vida que nos tocou, de aceitar que a maioria da população será sacrificada e que o melhor que cada um tem a fazer é ser esperto e aproveitar-se das situações e tentar sobreviver à custa dos outros. Numa segunda leitura, poderá fazer-nos questionar se não estaremos na mesma situação que os personagens do filme: se em vez de individualmente procurar sobreviver não deveríamos antes questionar o sistema em que vivemos e lutar contra ele. Numa terceira leitura, apercebemo-nos que tudo aquilo que observamos e sentimos é simultaneamente bom e mau, e que nos cabe a nós, em conjunto, escolher o que fazer com a nossa vida.

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