segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Oficina de Teatro d@ Oprimid@/Teatro Fórum

26, 27 e 28 de Setembro, Lisboa
quebrando isolamento, experimentando a acção colectiva

Esta proposta de Oficina de Teatro do Oprimido foi elaborada na sequência da experiência do “Desempregados pelo trabalho justo” e, para defender a urgência de acção colectiva, parte-se da constatação do crescimento do desemprego, e do forte ataque de direitos e de dignidade a que têm sido sujeitas as pessoas desempregadas. O ambiente social é de pressão sobre quem  tem trabalho, e de ostracismo relativamente a quem não o tem. O clima geral é o da promoção do medo, do salve-se quem puder, da acomodação. Neste contexto, e reconhecendo-se que há muito pouca reflexão sobre a experiência social do desemprego, pretende-se reunir pessoas que o vivenciam para ensaiar formas de o compreender, para ensaiar perspectivas de mudança. Pretende-se quebrar o isolamento – um dos principais obstáculos à construção de acção colectiva - e construir solidariedades, partindo de quem vive a experiência do desemprego. 

O que se propõe é a realização um ensaio sobre o desemprego, em duas acepções do termo: ensaio enquanto esboço crítico; ensaio enquanto tentativa ou experiência de transformação social. Para isso será usado o método do teatro do oprimido, um método teatral que reúne exercícios, jogos e técnicas elaboradas pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal. O teatro é aqui encarado enquanto forma de conhecimento, enquanto instrumento de transformação da sociedade, o teatro na acepção mais arcaica da palavra: todos os seres humanos são actores, porque agem, e espectadores, porque observam. Com explica Augusto Boal, o teatro deve trazer felicidade, deve ajudar-nos a conhecermos melhor a nós mesmo e ao nosso tempo. (...) O teatro é uma forma de conhecimento e deve ser também ser um meio de transformar a sociedade. Pode nos ajudar a construir o futuro, em vez de mansamente esperarmos por ele. (Em Jogos para atores e não atores, de Augusto Boal). O objectivo imediato é o ensaio crítico, o empoderamento, a quebra de isolamento, mas objectivo mais vasto é o ensaio de acção colectiva.

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